Prof.ª Raquel Mesquita |
No sábado, dia 25 de outubro, a EEEM São Rafael realizou palestra para
pais e professores com o tema Família e Escola. A palestrante foi a professora
Raquel Mesquita. A seguir a síntese dos assuntos tratados:
Como a família e a escola podem trabalhar unidas?
Quem pode ser considerado responsável pelo sucesso ou
pelo fracasso do aluno na escola?
ISSO DEPENDERÁ DA CONCEPÇÃO DE INFÂNCIA E DE EDUCAÇÃO DA CRIANÇA E
DO ADOLESCENTE.
Concepção de infância é o conjunto de ideias que uma determinada
sociedade adulta tem de suas crianças, como aprendem e como precisam ser
educadas. As concepções de infância e de adolescência foram se
transformando ao longo do tempo; algumas se extinguiram, outras continuam até
os dias atuais sob diferentes formas, outras ainda foram agregadas mediante
avanços da filosofia, educação, ciência e tecnologia.
A família é a referência fundamental para a criança.
O aprendizado e o desenvolvimento começam bem antes da educação
formal.
Bossa (1998, p.111) ressalta que “mais do que responsáveis pela
qualidade de vida, os pais são construtores do aparelho psíquico dos seus
filhos”.
É fundamental para o
desenvolvimento posterior do aluno, de sua aprendizagem escolar e do seu
desenvolvimento social, os sentimentos que os pais nutrem por ele durante os
anos anteriores à escola.
- É sabido que pais que acompanham os estudos do
filho propiciam que ele melhore seu rendimento em 80%;
- Alunos que rendem bem na escola são motivados a
aprender mais;
- É muito difícil estimular alunos
desmotivados.
- Os filhos acreditam que pais que não os
acompanham nas suas tarefas não se interessam por elas.
- Filhos
confundem-se com suas tarefas.
A família transmite valores intangíveis
como: ética, respeito aos mais velhos, gratidão, honestidade, verdade...
Poderá acontecer que os
comportamentos adquiridos pelos adultos sejam imitados e incorporados pelas
crianças. E estas experiências se reproduzirão na sociedade como: falta de
valores, linguagens, controle ou não da impulsividade, violência, preconceitos,
etc.
É na família que a criança
encontra, em primeiro lugar, os modelos a serem imitados (modelos de
identificação) conforme o desenvolvimento maturativo da criança.
Se na relação com os pais ou
educadores não houver uma hierarquia, ou seja, uma diferenciação de funções que
consolida os pais ou o educador numa posição de autoridade, a criança e o
adolescente ficam desorientados e
inseguros. É fundamental que a criança e o jovem vejam o adulto cuidador como
alguém que pode com ela.
Hoje, os pais estão delegando à
escola a responsabilidade de educar os filhos. E as crianças e jovens acabam
sendo órfãos educativos porque a escola não consegue dar conta também desta
função.
“Para a escola, os alunos são
transeuntes curriculares. Para os pais, os filhos são para sempre”. (Içami
Tiba, 2014).
Por que a transição da
infância para a adolescência é tão difícil para os pais e para os professores?
Na adolescência: >
mudanças comportamentais (amadurecimento hormonal) que desenvolvem a capacidade
reprodutiva e a necessidade de se autoafirmar;
De dependentes e incapazes que
as crianças são, passam à independência, querendo liberdade total
sem condições de assumir suas responsabilidades.
Aos pais e professores cabe
ensinar a quem não quer aprender com eles, apesar de depender deles.
Adolescentes não podem ser tratados como
crianças, nem como adultos;
A liberdade tem que ser progressiva conforme sua capacidade de arcar com as
consequências do que faz.
Muitos
pais fazem de tudo para poupar os filhos das frustrações (zona de conforto);
Os pais, professores pensam que os jovens não
ligam para as perdas – mas não -, eles não valorizam a perda: largam os
estudos, empregos, vínculos afetivos, etc. como se nada fosse importante.
Tudo
se deleta e logo estão em outra.
As
frustrações ocorrem quando se valoriza a perda.